A cadeia da carne bovina no Brasil

Resumo

O presente artigo buscou analisar a contribuição da cadeia da carne bovina para as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e as ações de mitigação empregadas pelos agentes da cadeia: produtores rurais, frigoríficos e varejo. Buscou-se caracterizar o processo de modernização da pecuária de corte bovina que resultou em ganhos de produtividade que permitem menores emissões de GEE, tanto provenientes da fermentação entérica dos bovinos, como mediante maiores lotações das pastagens. A pesquisa foi realizada mediante estudos de caso realizados através de entrevistas e dados secundários, para a indústria (frigorífico Bertin) e para as redes de varejo (Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart). As informações obtidas sinalizam que o fortalecimento da coordenação dos agentes, com a liderança do varejo, é condição necessária para a adoção de ações de responsabilidade ambiental e a mitigação de emissões de GEE.
Palavras chave: pecuária de corte, gases de efeito estufa, coordenação da cadeia.

Abstract

This article aims to analyze the contribuition of the brazilian beef chain system to greenhouse gas (GHG) emissions and the mitigation practices used by the agents in this chain: cattle farmers, industry and retailers. The modernization process of the Brazilian beef cattle resulted in productivity gains and consequently lower GHG emission, from both enteric fermentation and higher pasture ocupation. This study was done through case studies – secondary data and interviews with actors from the industry (Bertin Group) and from retailers (Carrefour, Pão de Açúcar and Wal-Mart). The information obtained indicates that a stronger agent coordination, lead by the retailers, is fundamental to the adoption of environmental responsibility practices in the chain and therefore to the mitigation of GHG emissions.
Key words: beef cattle, greenhouse gases, chain coordination.

Relatório Completo de 2009 – A Experiênca Setorial no Brasil

Projetos Sustentáveis de Empresas no Brasil

Apresentação

Retomamos no espaço digital um survey publicado em livro (Para Mudar o Futuro – Edusp/Saraiva, 2006), que focaliza projetos de sustentabilidade mantidos por oito grandes empresas brasileiras. Para fazer esta avaliação encaminhamos novos questionários e colhemos informes que documentam a evolução dos projetos. Cabem aqui, antes dos comentários a respeito da pesquisa e sua versão atualizada, algumas considerações quanto ao papel das variáveis econômicas nesse tema decisivo do século XXI.

Tais fatores da questão ambiental permaneceram longamente em plano inferior ao que sempre foi ocupado por suas determinantes políticas e científicas. O Protocolo de Kyoto contribuiu para modificar o quadro, alinhando todos os aspectos em plano equivalente. Impondo limites às emissões de gases poluentes, o pacto multilateral fortaleceu compromissos éticos em relação ao bem-estar das gerações futuras e inspirou modelos para a medição da eficiência dos países ante o fenômeno do aquecimento.

Emergiram, nesse contexto, a urgência de inovações tecnológicas e a consolidação do comércio internacional de Certificados de Carbono previstos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Este mercado totalizou US$ 30 bilhões em 2007 e já se espera o dobro da movimentação em 2008. Contabilizam-se, até agora, 840 projetos registrados em 49 países emergentes e mais 1.800 encontram-se na fila para registro. Projeções de longo prazo calculam mercados de 500 bilhões de dólares, no mínimo, em 2050, para produtos energéticos de baixo carbono.[…]

Relatório completo de 2008 – A Experiência Empresarial no Brasil

Nova Gerar Ecoenergia S/A

Introdução

Uma corporação mais do que cinqüentenária, a S.A. Paulista, fundada em 1951 e atuante em vários segmentos da construção pesada, criou e passou a gerir, desde 2001, a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos de Nova Iguaçu (CTR), na qual foi desenvolvido o projeto Nova Gerar. Este foi o primeiro a obter registro no Comitê Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas. Trata-se de empreendimento voltado para uso energético do biogás gerado na decomposição de matéria orgânica em aterros sanitários.

A usina tem potencial de gerar eletricidade suficiente para abastecer um município de um milháo de habitantes. O seu faturamento, obtido com a venda de créditos de carbono, foi de R$ 27 milhões em 2006 e deverá chegar a R$ 35 milhões em 2008. Atividades semelhantes, em aterros de outras cidades, também são desenvolvidas pela Nova Gerar Ecoenergia S.A., o braço ambiental da S.A. Paulista, especializada em gestão no setor e gerenciamento de resíduos.

Destacadamente posicionada no tratamento e aproveitamento de lixões, bem como na comercialização de créditos de carbono, a Nova Gerar desenvolve projetos de revitalização e ações de monitoramento. É hoje uma referência internacional pela repercussão do seu pioneirismo. Possui um corpo técnico integrado por experientes profissionais em tecnologia ambiental, saneamento e energia.

Relatório completo de 2008 – A Experiência Empresarial no Brasil