A tecnologia flex na indústria como redutora da emissão de gases de efeito estufa

Resumo

Neste artigo é analisada uma tecnologia brasileira que promove o uso de combustíveis renováveis, por meio de uma adaptação de queimadores industriais que permite a utilização do etanol como combustível. Almeja-se expor os principais estímulos e entraves à utilização da tecnologia, bem como procura-se mensurar os impactos de sua utilização no contexto das mudanças climáticas. Dados primários foram obtidos por meio de entrevistas com o empreendedor responsável pelo desenvolvimento da tecnologia e com uma empresa usuária, além de pesquisa documental. A tecnologia mostra-se detentora de características que permitem auferir boa perspectiva de utilização no setor industrial, sendo um exemplo de inovação incremental no contexto de tecnologias com menor emissão de GEE. Este artigo tem o propósito também de fomentar o diálogo sobre a necessidade ao estímulo de tecnologias como esta.

Abstract

This article analyzes a Brazilian technology which promotes the use of renewable fuels, through an adaptation of industrial burners that allows the use of ethanol as fuel. It aims to expose the main incentives and barriers to the use of this technology, and seeks to measure the impacts of its use in the context of climate change. Primary data was obtained through interviews with the entrepreneur responsible for the development of technology and a user company, documentary research was also adopted. The technology seems to hold features that allow a good use perspective in the industrial sector, being an example of incremental innovation in the context of technologies with lower GHG emissions. This article intends also to foster dialogue on the need for stimulating technologies such as this.

Palavras-chave/Keywords: Etanol; Redução de Gases de Efeito Estufa; Queimadores Industriais.

A aplicação da tecnologia multicombustível no transporte aéreo

Resumo

O presente artigo discorre sobre a aplicação da tecnologia SFS – Software Flexfuel Sensor, desenvolvida e patenteada pela Magneti Marelli Brasil, em motores de avião a pistão. A iniciativa conta com a parceria da Divisão de Propulsão Aeronáutica (“APA”) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (“IAE”), centro de Pesquisa e Desenvolvimento vinculado ao Ministério da Defesa.

A inovação incremental está em fase final de desenvolvimento e tem potencial para reduzir emissões de dióxido de carbono pela aviação geral, tal como a tecnologia SFS proporcionou aos veículos multicombustíveis (denominados “flex”). Segundo dados preliminares disponibilizados pela Magneti Marelli Brasil, a utilização de etanol nas aeronaves reduz a quantidade de CO2 emitida na decolagem em aproximadamente 38% (trinta e oito por cento), enquanto que, em velocidade de cruzeiro, as emissões chegam a cair 63% (sessenta e três por cento), se comparadas com o uso da gasolina de aviação.

A contribuição da aplicação da tecnologia SFS deve ser acompanhada pelo desenvolvimento de inovações no campo da substituição da querosene utilizada por aviões de grande porte, largamente utilizada pela aviação comercial, no intuito de se reduzir a contribuição da aviação para o fenômeno do aquecimento global.

Inovação tecnológica no setor de aterros sanitários: O caso do evaporador de percolado (chorume) com a queima de biogás

Resumo

A forma de tratamento do lixo é um grande problema ambiental enfrentado pelas cidades. Os resíduos descartados pelos brasileiros geram uma efetiva emissão de milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.

A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/10, e seu Decreto regulamentador, Decreto 7.404/10, que tratam do gerenciamento de resíduos sólidos no país, inovaram quanto às responsabilidades dos geradores de resíduos e do Poder Público para dar fim aos lixões, verdadeiros vetores de doenças epidêmicas e degradadores da qualidade ambiental.

Uma possível alternativa ambientalmente adequada a este problema é a implantação de aterros sanitários. Mesmo ainda sendo insuficiente, o número de aterros sanitários no Brasil vêm crescendo nos últimos anos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica- IBGE, o percentual de municípios que destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto caiu de 72,3% para 50,8%, enquanto os que utilizavam aterros sanitários cresceram de 17,3% para 27,7%